22 de setembro de 2010

Frases de Clarice Lispector

Até cortar os próprios defeitos pode ser perigoso. Nunca se sabe qual é o defeito que sustenta nosso edifício inteiro.

Minha força está na solidão. Não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite.

Que ninguém se engane, só se consegue a simplicidade através de muito trabalho.

Renda-se, como eu me rendi. Mergulhe no que você não conhece como eu mergulhei. Não se preocupe em entender, viver ultrapassa qualquer entendimento.

Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever.

Não quero ter a terrível limitação de quem vive apenas do que é passível de fazer sentido. Eu não: quero uma verdade inventada.

Liberdade é pouco. O que eu desejo ainda não tem nome.

Terei toda a aparência de quem falhou, e só eu saberei se foi a falha necessária.


Quando se ama não é preciso entender o que se passa lá fora, pois tudo passa a acontecer dentro de nós.

Suponho que me entender não é uma questão de inteligência e sim de sentir, de entrar em contato...
Ou toca, ou não toca.

O que verdadeiramente somos é aquilo que o impossível cria em nós.

Eu não sou promíscua. Mas sou caleidoscópica: fascinam-me as minhas mutações faiscantes que aqui caleidoscopicamente registro.

Eu não sou tão triste assim, é que hoje eu estou cansada.

Não se conta tudo porque o tudo é um oco nada.

Fique de vez em quando só, senão será submergido. Até o amor excessivo pode submergir uma pessoa.

Com todo perdão da palavra, eu sou um mistério para mim.

Gosto do modo carinhoso do inacabado, do malfeito, daquilo que desajeitadamente tenta um pequeno vôo e cai sem graça no chão.

A palavra é o meu domínio sobre o mundo.

Amar os outros é a única salvação individual que conheço: ninguém estará perdido se der amor e às vezes receber amor em troca.

Eu sou mais forte do que eu.

Não tenho tempo pra mais nada, ser feliz me consome muito.

Divertir os outros, um dos modos mais emocionantes de existir.

Clarice Lispector


Clarice Lispector (Tchetchelnik Ucrânia 1925 - Rio de Janeiro RJ 1977) passou a infância em Recife e em 1937 mudou-se para o Rio de Janeiro, onde se formou em direito. Estreou na literatura ainda muito jovem com o romance Perto do Coração Selvagem (1943), que teve calorosa acolhida da crítica e recebeu o Prêmio Graça Aranha.

Em 1944, recém-casada com um diplomata, viajou para Nápoles, onde serviu num hospital durante os últimos meses da Segunda Guerra. Depois de uma longa estada na Suíça e Estados Unidos, voltou a morar no Rio de Janeiro. Entre suas obras mais importantes estão as reuniões de contos A Legião Estrangeira (1964) e Laços de Família (1972) e os romances A Paixão Segundo G.H. (1964) e A Hora da Estrela (1977).

Clarice Lispector começou a colaborar na imprensa em 1942 e, ao longo de toda a vida, nunca se desvinculou totalmente do jornalismo. Trabalhou na Agência Nacional e nos jornais A Noite e Diário da Noite. Foi colunista do Correio da Manhã e realizou diversas entrevistas para a revista Manchete. A autora também foi cronista do Jornal do Brasil. Produzidos entre 1967 e 1973, esses textos estão reunidos no volume A Descoberta do Mundo.

Escreve a crítica francesa Hélène Cixous: "Se Kafka fosse mulher. Se Rilke fosse uma brasileira judia nascida na Ucrânia. Se Rimbaud tivesse sido mãe, se tivesse chegado aos cinqüenta. (...). É nessa ambiência que Clarice Lispector escreve. Lá onde respiram as obras mais exigentes, ela avança. Lá, mais à frente, onde o filósofo perde fôlego, ela continua, mais longe ainda, mais longe do que todo o saber".

27 de julho de 2010

John Lennon


John Winston Lennon nasceu em 9 de outubro de 1940. Seu pai trabalhava num navio e ficava longos períodos ausente. Sua mãe, sem condições de criá-lo, entregou-o aos cuidados da irmã Mary e do cunhado George Smith. Aos seis anos, John já cantava no coro da igreja. Na escola, apresentava talento literário e apreciava a leitura de Lewis Carroll e Richmal Crompton.
Em 1955, John montou uma banda chamada The Quarry Men e dois anos depois Paul McCartney uniu-se ao grupo. A dupla formada por John e Paul era perfeita para escrever canções e daria origem aos Beatles. Em agosto de 1962 John Lennon casou-se com Cynthia Powell e com ela permaneceu até 1969 quando se uniu a Yoko Ono, figura forte e misteriosa, a quem muitos responsabilizam como a causa da desagregação do grupo.
Lennon foi assassinado com cinco tiros, por um "fã", chamado Mark Chapman, que horas antes havia pedido seu autógrafo, no dia 8 de dezembro de 1980, em Nova York.
Freqüentemente Lennon é apontado como a cabeça pensante dos Beatles e o mais preocupado com as questões sociais de seu tempo. Em "O Poder das Barricadas, Uma Autobiografia dos Anos 60", do escritor marxista Tariq Ali, é revelado mais detalhadamente esse viés da vida de Lennon em uma longa entrevista realizada por ele, em 1971, com o título "Poder ao Povo".

Carreira solo
Com o fim dos Beatles, Lennon continou carreira solo, com a participação de Yoko. Lançou, entre outros, "Plastic Ono Band" (1970), "Imagine" (1971), "Mind Games" (1973), "Walls and Bridges" (1974), "Rock 'N' Roll" e "Shaved Fish" (1975). Em 1975 interrompeu a carreira para se dedicar à família após o nascimento do filho Sean Lennon. Voltou ao estúdios em 1980 e lançou "Double Fantasy", seu último disco. Em 1982 ganhou postumamente o Grammy por "Double Fantasy". E também postumamente é lançado, entre outros, "Milk and Honey" (1984), "Live in New York City" (1986, gravado em 1972), "Rock 'N'Roll and Walls and Bridges"(1986), "Acoustic" (2004).

Lennon travou batalha jurídica com o Departamento de Imigração norte-americano, desde 1971 quando se mudou para Nova York, e radicalizou seu discusos e sua luta pela paz. Tornou-se amigo de ativistas de esquerda como Jerry Rubin e Abbie Hoffman, além de se aproximar de lideranças dos Panteras Negras. A administração Nixon tentou deportá-lo, mas em 1972 ele conseguiu o visto de permanência. Estava no índice das pessoas investigadas pelo FBI, fato só admitido após a sua morte.

Os Beatles
O grupo Beatles foi um dos maiores fenômenos da música popular de todos os tempos. Ao longo de apenas oito anos, os Beatles mudaram a face do rock and roll, criando uma linguagem musical única e influenciando profundamente o comportamento dos jovens de sua época.

Alguns de seus maiores sucessos foram: "Love me do" (1962); "She loves you" (1963); "I Want you Hold your Hand" (1963); "Can't Buy me Love" (1964); "A Hard Day's Night" (1964); "Help!" (1965); "Eleanor Rigby" (1966); "Penny Lane" (1967); "Strawberry Fields Forever" (1967); "All you Need is Love" (1967); "Hey Jude" (1968); "Revolution" (1967); "Don't Let me Down" (1969); "Something" (1969); "Let it Be" (1970).

George Martin foi o produtor responsável pela maioria dos discos dos Beatles, tanto que era chamado de "o quinto beatle".

A discografia dos Beatles lançada no mundo todo compõe-se de 22 compactos e 13 LP's oficiais. Mas os discos lançados em diversos países têm repertórios diferente das edições originais inglesas, isso porque as gravadoras locais faziam seleções incluindo faixas que tinham sido bem-sucedidas nos discos anteriores. No Brasil, a partir de "Help!", seguiu-se os originais ingleses.

O nome Beatles faz um trocadilho com "beetles" (besouros) e "beat" (batida ou compasso ritmado). Todos os integrantes do grupo - John Lennon, Paul McCartney, George Harrison e Ringo Starr - nasceram na cidade de Liverpool, na Inglaterra. O empresário do grupo, Brian Epstein foi quem descobriu os rapazes, vendo-os tocar num "pub" chamado "The Cavern Club".

O grupo gravou nos estúdios Abbey Road o compacto "Love me do"-"P.S. I Love You", com canções de Lennon e McCartney, lançado em 5 de outubro de 1962 pela Parlephone (EMI) e atingiu o número 17 nas paradas de sucesso inglesas.

Em 1963, John Lennon e Paul McCartney foram eleitos os melhores compositores do ano. Aumentou o número de shows e suas músicas não paravam de ser tocadas nas rádios. No ano seguinte os Beatles conquistaram os EUA.

A fama do grupo interessou a indústria cinematográfica e não demorou para os quatro rapazes de Liverpool aparecerem na grande tela do cinema nos filmes: "A Hard Day's Night" (1964), direção de Richard Lester; "Help!" (1965), do mesmo diretor; "Magical Mystery Tour" (1967), dirigido por eles mesmos; "Yellow Submarine" (desenho animado, 1968), direção de George Duning; e "Let it Be" (1970), direção de Michael Lindsay-Hogg.

As vendagens de discos foram enormes, as excursões um sucesso, as condecorações chegavam sem parar. Milhões de fãs de todas as idades em todo o mundo geraram uma verdadeira "beatlemania". Uma rápida aparição do grupo em qualquer lugar público produzia gritos histéricos, desmaios, cartas arremessadas e muito choro.

A crise da banda começou no final dos anos 60. John, Paul, George e Ringo não se satisfaziam com o desempenho dos Beatles nos shows. Além disso, os integrantes do grupo estavam cansados de tanto fanatismo e até de ameaças que recebiam. Em 1966 resolveram que fariam o último show nos Estados Unidos. No mesmo ano George Harrison viajou para a Índia e aprendeu a tocar cítara. John Lennon foi criticado pelo público por dizer que era mais conhecido que Jesus Cristo.
Em maio de 1967, Lennon declarou que os Beatles não fariam mais excursões e, em 27 de agosto, o empresário Brian Epstein, foi encontrado morto em sua casa por uma overdose de drogas. A crise piorou com o fracasso de vendas de "Magical Mistery Tour".
Em fevereiro de 1968, os Beatles viajaram para a Índia para estudar meditação transcendental com o Maharishi Mahesh Yogi. Em novembro gravaram o "Álbum Branco" e lançaram o desenho animado, "Yellow Submarine". Ringo Starr já queria abandonar a banda.
A presença de Yoko Ono, que se tornou "o quinto Beatle" gerava incômodo ao restante do grupo. O LP "Abbey Road" foi gravado em meio a grande insatisfação.
"Let it Be", de 1970 foi o último álbum da banda. Ainda em 1970, Paul foi à justiça para determinar oficialmente o fim dos Beatles. O sonho tinha acabado.

10 de julho de 2010

Carlos Drummond de Andrade




Carlos Drummond de Andrade nasceu em Itabira do Mato Dentro - MG, em 31 de outubro de 1902. De uma família de fazendeiros em decadência, estudou na cidade de Belo Horizonte e com os jesuítas no Colégio Anchieta de Nova Friburgo RJ, de onde foi expulso por "insubordinação mental". De novo em Belo Horizonte, começou a carreira de escritor como colaborador do Diário de Minas, que aglutinava os adeptos locais do incipiente movimento modernista mineiro.

Ante a insistência familiar para que obtivesse um diploma, formou-se em farmácia na cidade de Ouro Preto em 1925. Fundou com outros escritores A Revista, que, apesar da vida breve, foi importante veículo de afirmação do modernismo em Minas. Ingressou no serviço público e, em 1934, transferiu-se para o Rio de Janeiro, onde foi chefe de gabinete de Gustavo Capanema, ministro da Educação, até 1945. Passou depois a trabalhar no Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e se aposentou em 1962. Desde 1954 colaborou como cronista no Correio da Manhã e, a partir do início de 1969, no Jornal do Brasil.
O modernismo não chega a ser dominante nem mesmo nos primeiros livros de Drummond, Alguma poesia (1930) e Brejo das almas (1934), em que o poema-piada e a descontração sintática pareceriam revelar o contrário. A dominante é a individualidade do autor, poeta da ordem e da consolidação, ainda que sempre, e fecundamente, contraditórias. Torturado pelo passado, assombrado com o futuro, ele se detém num presente dilacerado por este e por aquele, testemunha lúcida de si mesmo e do transcurso dos homens, de um ponto de vista melancólico e cético. Mas, enquanto ironiza os costumes e a sociedade, asperamente satírico em seu amargor e desencanto, entrega-se com empenho e requinte construtivo à comunicação estética desse modo de ser e estar.

Vem daí o rigor, que beira a obsessão. O poeta trabalha sobretudo com o tempo, em sua cintilação cotidiana e subjetiva, no que destila do corrosivo. Em Sentimento do mundo (1940), em José (1942) e sobretudo em A rosa do povo (1945), Drummond lançou-se ao encontro da história contemporânea e da experiência coletiva, participando, solidarizando-se social e politicamente, descobrindo na luta a explicitação de sua mais íntima apreensão para com a vida como um todo. A surpreendente sucessão de obras-primas, nesses livros, indica a plena maturidade do poeta, mantida sempre.

Várias obras do poeta foram traduzidas para o espanhol, inglês, francês, italiano, alemão, sueco, tcheco e outras línguas. Drummond foi seguramente, por muitas décadas, o poeta mais influente da literatura brasileira em seu tempo, tendo também publicado diversos livros em prosa.

Alvo de admiração irrestrita, tanto pela obra quanto pelo seu comportamento como escritor, Carlos Drummond de Andrade morreu no Rio de Janeiro RJ, no dia 17 de agosto de 1987, poucos dias após a morte de sua filha única, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade.

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"Se fiz descobertas valiosas, foi mais por ter paciência do que qualquer outro talento". NEWTON


"De nada valem as idéias sem homens que possam pô-las em prática." MARX

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"Não espere por uma crise para descobrir o que é importante em sua vida." PLATÃO

"Ama-se mais o que se conquistou com mais trabalho."
ARISTÓTELES


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